quarta-feira, 1 de abril de 2009

15/03/2009 - Antofagasta (CL) / Susquez (AR)


Convenhamos, dormir no apart hotel foi caro, mas uma noite nesse conforto é bom demais. Mas como nem tudo é perfeito, apart não tem café da manhã e como nos alojamos tarde ontem não deu para comprar nada, somente uma caixa de suco de laranja, biscoitos e balas de troco.

A decisão do grupo era visitar a Mão do deserto. Como eu havia dito, uma escultura sem graça que, ao meu ver, não valeria o gasto de 140 km, ida de volta, para presenciar. Além disso, mesmo eu não tendo participado da saída do RJ com o grupo o projeto se denominava RJ-ATACAMA, por isso achei que merecia um pouco mais de nossa atenção esse deserto. Desgarrei-me do grupo mais uma vez e segui rumo à SPA. Andar em grupo é bom, pelo menos tive essa percepção, mas estar sozinho é muito melhor (perdoem-me mas é verdade). Andava na velocidade que queria, parava onde queria para tirar foto, descansar, ou apenas parava. Estrada vazia, pouco vento, moto ótima, pedia para andar e foi o que fiz. Abasteci logo depois de Antofagasta, ainda pensei em abastecer em Calama, mas não era necessário com a média atual da GS. Segui rumo a SPA. No caminho fui pensando se valeria arriscar uma ida ao Vale da Lua, já que o caminho era todo de terra e eu não sabia o real estado da pista. Verifiquei no GPS e este mostrava o caminho atravessando o Vale da Lua e voltando a estrada rumo a SPA. Parei no acesso e verifiquei o combustível no tanque. Tranquilo. Segui pela terra, ora trechos bem compactados, ora com algumas pedras soltas e buracos, mas nada que uma GS que já enfrentara o rípio da Terra do Fogo não passasse. O acesso é pago, 2000 pesos chilenos. Recebe-se um folheto explicativo com um pequeno mapa e o rapaz responsável explica as regras básicas do local. Perguntei a respeito das condições da pista e ele me informou que estava melhores do que as que eu passei. Realmente um lugas esplêndido, é incrivel o que pode fazer a natureza. Esculturas naturais, sal, algumas minas de sal (nao é natureza, eu sei), dunas e outras belezas naturais. Somente um pequeno trecho no caminho que tomei mais cuidado devido a areia, mas nada demais. Ao fim do caminho chega-se a estrada que segue para o Paso de Jama ou Sico e Salar do Atacama. Ainda iria visitar este ponto, mas necessitava abastecer. Segui rumo a SPA e, novamente, a mesma saga para acertar o lugar do posto de gasolina. Sempre um drama.

Salar do Atacama e seus flamingos. Cerca de 50 km de SPA, o acesso se dá pouco depois de Toconao, primeiro por uma estrada de terra e depois este se transforma em uma estrada de sal. Isso mesmo, o vermelho da terra da lugar a uma pista branca, de sal. Show. No salar tem um centro para turistas onde é cobrado um ingresso de 2000 pesos chilenos também. Imagino que em épocas de mais movimento tenha mais informações, pois há salas de audiovisual e outras informações que eu passei batido. Há dois caminhos, um direto para o lago ver os flamingos e outro de 400 m que passa por dentro do salar, como diversas ilhas de explicação mostrando como se forma, a alimentação das aves e mais alguma coisa. Ah!! eu provei, realmente é sal, claro que vario tipos, por isso não é muito recomendado comer não, mas como químico e curioso, precisava comprovar. Este salar é diferente dos que eu tinha visto em fotos, um lago branco de sal. Aqui o sal se forma misturado a rochas e terra, dando um ar mais pedregoso ao local. Chega-se ao lago, e se pode chegar bem perto dos flamingos, claro se eles permitirem. Não permitiram, quando me aproximei do lago eles foram mais para o centro, mas é engraçado ver seu modo de alimentação e mais curioso ainda, como podem sobreviver em um lugar tão extremo. Tem pessoas que dizem que o deserto, ou salar, são um lugar morto, sem vida. O que não é verdade, há vida, há espécies que se adaptaram e sobrevivem do lugar. O certo é, um uma fora de fauna e flora muito mais sensível e deve-se tomar todo cuidado. Parti do salar de alma lavada. Apesar de não conhecer mais do Atacama, posso dizer que estive por lá.

Segui rumo a SPA para abastecer e iniciar a travessia para Argentina e me juntar ao grupo novamente. No caminho encontro com Matheus e Paredes fazendo os trâmites da aduana. Erivan e Smoker foram a SPA para trocar os pesos chilenos restantes por pesos argentinos e abastecer. Fiz os trâmites e quando os dois voltaram segui para SPA para fazer o mesmo, abastecimento e câmbio. Claro que para encontrar o posto foi uma nova confusão.

Iniciamos a subida da cordilheira rumo ao Paso de Jama. Que visual, neve e deserto. O grupo iniciou a subida lentamente, seguindo uma dica de um sujeito na aduana chilena. Primeiro não estava compreendendo o motivo, não haviam me dito, mas quando chegamos a cerda de 3000 m de altitude a moto em baixa perdia muita potência e decidi por andar um pouco mais forte. Erivan me acompanhou e explicou o motivo de andarmos lento. Não vi que diferença isso faria, pois não teriamos tanto tempo assim para aclimatação, decidi manter o ritmo forte acompanhado pelo Erivan. Quando chegamos a 4300 m de altitude parei para tirar umas fotos e esperar o grupo. Decidimos vertir as roupas de frio e impermeáveis. O grupo novamente estava junto, mas logo uns decidiram partir, pois estavam incomodados com a altura e melhor estar em movimento na moto. Não sei se foi arriscado ou não, mas o fato de seguirmos pelo caminho com o sol baixo nos deu a oportunidade de ver o deserto tingido de vermelho contrastando como azul do céu. Chegamos já escuro na fronteira e próximo do horário de fechamento, conseguimos fazer os trâmites. Alguns rapazes tomaram chás de coca e de pupunha (ou pupuza, não sei) para que se sentissem melhor. Não senti nada além da fraqueza normal. Abastecimento feito na fronteira, adesivo devidamente colado e seguimos para o hotel que ficava a beira da estrada, em Susquez.
Chegamos bem, um pouco cansados e com frio. Teve gente no grupo que ficou p. da vida por não andarmos juntos, mas cada um tem seu motivo, uns acham que é melhor andar devagar, outros mais rápidos, mas no final todos cruzamos a fronteira juntos e chegamos bem ao hotel, isso que importa.

Amanhã seguimos para Jujuy para trocar o óleo das motos, tentar acertar a torneirinha da XT já que está sem reserva.
Abs,
skinner

Um comentário:

  1. Carai Skinner.
    Entrei no blog pra ver as fotos e só tem texto?
    Eu só vejo as figurinhas!

    Abrax

    mantabodyboarder

    ResponderExcluir